sábado, 30 de outubro de 2010

Esqueça

Como assim você tem coragem de vir até mim e me dizer uma coisa dessas? Se não houve final feliz, pode ter certeza de que a culpa não foi minha. Tudo que eu fiz foi o que você devia ter feito; acabei com a dor. Aquilo não estava dando certo, eu não estava feliz, e você tão pouco. Ou será que você estava feliz com aquela pequena brincadeira de esconde-esconde, onde eu escondia meu verdadeiro eu pra te agradar, engolia seus erros e ignorava sua ignorância? Sempre pude ter melhores do que você, e te escolhi; você entende a sua sorte? Você não tem beleza fora do normal, nem para os padrões dessa cidade pequena. Não é extremamente inteligente, e tão pouco charmoso. Tem fama é de mentiroso. Então o que diabos eu vi em você? Sua voz grave, seu estilo camisa xadrez, sua coragem? Não sei, mas foi o bastante para me fazer ignorar tudo que estava errado, e pensar seriamente em como você parecia perfeito. Tudo conspirava ao seu favor naquela noite, e eu fiquei mais do que feliz quando você me disse o quanto me amava, e há quanto tempo. Nunca imaginei que alguém pudesse gostar de mim como você dizia gostar. E então veio a rotina, o desespero pela mudança, e eu não aguentei mais. explodi, oras, e isso é normal. Tudo que fiz foi te dizer o que eu queria que acontecesse. E a ligação caiu.
Meses depois, você vem e me diz que ainda gosta de mim? O que é, você acha que eu nasci ontem? Por acaso eu tenho cara de otária? Vai arranjar uma namorada, vai tocar suas músicas, vai trabalhar, estudar, vai viver a sua vida e me esquece, por favor; de você eu já esqueci, e a minha eu estou vivendo (e muito bem), obrigada.

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