domingo, 25 de novembro de 2012

Perdido de mim?

Olho para o céu escuro
numa noite bastante nublada.
Minha vida está aqui, diante de mim,
sendo muito bem cantada
pela voz que, no momento,
está sendo dublada 
por mim.

Os fones de ouvido
gritam em minhas orelhas
palavras que zombam,
zunindo como abelhas
bem dentro do meu cérebro,
explodindo como fogos, em centelhas
de vida sem explicação.

Será que é assim tão tarde
pra eu te dizer que não dá?
Porque eu já nem tenho mais vontade
de te esperar. Sabe quem passou
por aqui hoje? A saudade.
E já se foi.

Já passou? É, passou.
O tempo passou assim.
Puf! Ainda estamos deitados 
olhando o céu sem fim,
enquanto seus dedos e os meus
trançam uma promessa pra mim.
Como passou?

Não sinto falta do que você dizia 
nem da voz que me acalmava.
É até engraçado, se eu parar pra pensar
em como eu deveria estar brava
por ter sido, assim, 
descaradamente trocada.
Mas não estou. Nem perto.

Talvez seja o momento.
Talvez daqui uns dias, daqui um tempo
eu perceba finalmente
quão grande foi o desalento.
Mas pra esconder essas coisas, o choro,
a fraqueza, bem, eu tenho talento.
Só não me faça cantar aquela música.


domingo, 4 de novembro de 2012

Ainda é cedo?

Quando penso que não tenho mais tempo, que talvez tenha perdido parte dele ou, quem sabe, desperdiçado muitas chances por motivos que não compreendo, me faço uma pergunta bastante simples: acabou?
À quantas chances tenho direito? Falhar uma vez me tira do jogo? E se eu quiser tentar outra vez? Por quanto tempo eu posso resistir e lutar antes de me render?
Quero outra chance, quero poder tentar outra vez. Mas não quero que dure para sempre. Essa história de ficar presa...
Estou me cansando de pedir desculpas e me cansando de sentir. Talvez eu seja obrigada a aceitar, de uma vez por todas, que realmente não fui feita para o romance. Digam o que quiserem - sobre amar, sobre amor, sobre ser amado. Talvez eu não queira nada disso. É doloroso, frustrante e tenso.  E essa sensação de responsabilidade me tira do sério. E aí, o que tá acontecendo aqui?, é o que tenho vontade de perguntar, mas não posso. Não devo, vai. Não tenho esse direito - não tenho direito nenhum. Não sobre ele. 
Sendo assim, é melhor desistir. Finalmente me render e parar de lutar. Quanto tempo? Nem me pergunte, porque só de pensar que realmente imaginei que dessa vez seria diferente, meu estômago me pune dando mil voltas. Eu sou tão estúpida quando quero.
Ainda é cedo para pedir desculpas e outra chance? Talvez eu lhe deva algumas desculpas, é verdade. Ou talvez você me deva um pedido desses. Sendo assim, é melhor ninguém dizer nada, e está tudo bem. Façamos esse acordo, o que você acha? 
Posso desistir dele e tentar outra vez com você. Posso me arrepender de fazer isso e voltar atrás com ele. Não posso?! 
Há duas semanas escrevi sobre querer amar. Agora não quero mais. Não quero mais me apaixonar, não quero mais você. Não assim, não distante, não sem saber de nada. Quero alguma outra coisa, algo que talvez você não esteja disposto a me ceder. Até imagino que seja a minha idade , sabia? O que ela sabe?, você se pergunta. Ela não sabe de nada, é a resposta que posso dar. Não sei de nada e nem quero saber. A vida sem saber é excelente, simples e descomplicada. 
A ignorância é uma benção. 
E eu a quero de volta.