sábado, 17 de maio de 2014

São certezas

Talvez tenha chegado a hora de eu admitir que existe uma porção de coisa boa entre nós dois. 
Que os nossos beijos talvez sejam a coisa mais linda que eu já encontrei em outro alguém, e que esse outro alguém divida tão bem comigo. Talvez, e só talvez, eu esteja chegando naquele ponto em que não te ver se torna um problema, e te ver nunca é demais. Talvez eu esteja deixando minhas paredes altas serem demolidas pouco a pouco, abrindo espaço para a construção das nossas cercas baixas, que servem agora não para proteger, mas para dizer onde acaba a importância dos outros e onde começa um lugar só nosso. Talvez, amor, eu esteja aprendendo o que você está tentando me ensinar há tanto tempo... sobre nós, sobre mim. Sobre amar e sobre permitir que você me ame. Talvez exista até um tantinho de "para sempre" nesse nosso comecinho. Talvez isso que liga a gente seja realmente algo vivo, algo pulsante, e talvez isso nunca saia de nós dois. Talvez eu esteja apaixonada como você diz que estou. Talvez até seja recíproco. Talvez eu tenha aprendido a ser sua, de uma vez por todas, sem olhar para os lados, sem piscar, sem desviar meus olhos verde-escuros dos seus olhos castanhos, que nunca me canso de observar. Talvez, depois de todos esses meses, eu finalmente tenha entendido que te amar é bem mais fácil que te odiar, e que brigar com você me machuca mais do que as dores que tenho no joelho. Talvez nós dois sejamos, no fim das contas, os opostos que se atraem. Talvez o fato de quase brigarmos assistindo futebol porque torcemos para times diferentes seja, sim, uma coisa boa. É quando percebemos que, ora, somos totalmente diferentes, e mesmo assim as coisas estão caminhando. Talvez eu seja realmente chata e complicada, te forçando a me entender de um jeito ou de outro, a aguentar minhas crises e minhas rabugices, meu espírito de velha e minhas reclamações da mesma forma que suporto seu mau humor e seu estresse. Talvez eu goste de quando você fica fazendo caretas pra mim, me fazendo rir, embora eu deteste quando me faz cócegas e eu imploro que pare, perdida nas minhas próprias gargalhadas. Talvez eu aprenda a perder de você no truco sem fechar a cara. Talvez eu compreenda, algum dia, porque você me serve menos vodca e mais energético, ou porque prefere passar frio a me ver tremer. Talvez um dia eu consiga entender porque você me ama.

Talvez, e aqui tenho muitas dúvidas, eu até seja capaz de deixar você pagar a conta.