sábado, 18 de setembro de 2010

H

Dei o primeiro passo,
dei a cara pra bater.
Fui lá, toda cheia de mim,
fingindo ser assim,
mentindo até o fim.
Me sujeitei a rejeição
que irradiava de você.

Levantei-me, vestindo
no rosto um sorriso confiante.
Mas a confiança era farsa,
uma máscara impedindo
meus sentimentos borbulhantes
de saltarem, assassinos,
para cima de você.

Um abraço, tudo que lhe peço.
Peço também que seja doce
ao declarar a infâme
rejeição. Sentido até encontro
para negar-me um beijo
que seria minha realização.
Eu queria tanto você...

Admiti a derrota,
curvei o pescoço e depositei,
solenemente em seu rosto
um pedido de desculpas
disfarçada em beijo suave.
Amigável e nobre, você permitiu.
Orgulho-me tanto de conhecer você!

E então, quando notei,
estava ali, abraçada a você,
doce e eterno amigo meu
que tanto desejei.
Arrependo-me agora,
não de dizer o que sentia,
mas de dizer-lhe naquela hora.

Conversamos tanto, oh,
sobre tantas coisas. Contei-lhe
meus mais íntimos medos
e segredos.
E recebi de volta.
Recebi confiança.
Recebi um sorriso.

E conclúo agora
essa curta reflexão
sobre como é bom amar
e descobrir depois
que estava (apenas) amando do jeito errado.
Era para ser mais doce
que amargo.

Eu amo você
do jeito que tem que ser.

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