quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Não preciso que me digam

Não preciso que me digam o que eu já posso ver.
O tempo vai passar e você vai perceber
que gastou sem tempo comigo, só comigo,
sem ter nada pra receber.
Eu não tenho nada pra dar a você, querido,
realmente sinto muito, sinto tanto,
mas você não entendo na primeira vez que te disse
que era uma completa maluquice
você se apaixonar por mim.
Eu te avisei, disse para você, fiz o que pude.
Você que, nessa onda de juventude, não me entendeu.
Não preciso que me digam o que eu já posso ver.
Eu machuquei você, mas não foi minha culpa.
Eu não deixei nenhuma parte de mim oculta.
Você me conhecia por inteira, cada face de mim,
e (e eu não entendo) mesmo assim
você insistiu em me perseguir, em me ter.
Não faço questão, mas queria saber o por quê.
Não preciso que me digam o que eu já posso ver.
Você só procurava uma garota pra ter seu final feliz.
Eu não era ela, nem nunca fui ou serei. Disso eu sei.
Continue procurando, que sabe você a encontre, tadinha,
deve estar atrás de você, por aí,
uma garota num vestido longo, cabelos soltos,
esperando pelo príncipe encantado,
que vem de carro
para buscá-la.
Faça o que fizer, procure por ela e me esqueça;
eu não sou sua princesa.
E isso eu não preciso que me digam, porque isso eu posso ver.

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