domingo, 16 de outubro de 2011

Admita

- Se quer tanto falar com ele, vá logo!
Esse é o meu coração. Está numa discussão terrível com a minha cabeça desde que eu vi ela falando com ele. Fiquei com os nervos à flor da pele, e mandei meu corpo relaxar. E daí? Por que tanta preocupação? E daí se ela for falar com ele? O que diabos eu tenho a ver com isso?
- Você quer que ele seja só seu.
Mentira.
- Sabe que não.
Mentira.
- Vá logo, pare de fazer frescura.
"Fresca"? Isso me lembra alguma coisa em relação à um apelido que ele me deu. Algo de que rimos um pouco, e algo que ficou guardado na minha memória.
- Se você não for falar com ele...
Ignoro com veemência a voz dentro de mim. Só de pensar que ele está falando com outra menina, meu coração bate forte, e posso ouvi-lo por detrás dos meus ouvidos. Cale a boca, é o que tenho vontade de dizer. Mas não quero que se cale. Quero ouvi-lo batendo forte, quero que bata forte por causa dele. Eu quero. Mas não quero, também. Mas me importa, de qualquer forma. Isso faz qualquer sentido?!
- Você é louca - sussurra minha cabeça.
Talvez. Não tenho certeza. Provavelmente, sou um pouco insana. Mas nada sério demais.
- Ainda acho que você devia ir até lá e falar com ele.
Cale-se.
- Tudo bem.
Silenciam-se todos.
Um milagroso minuto de silêncio absoluto invade o quarto.
Então meu coração volta a bater com força.
E se ele à responder?
Por um instante, depois de pensar sobre como ele poderia dar atenção à outra como nunca deu à mim, meu coração, antes tão loucamente barulhento, quase se cala.



TUDO BEM, TUDO BEM, EU O AMO.
Prendo a respiração, mais surpresa do que podia imaginar. Eu disse "amo"?! Não, eu não o amo. Eu gosto dele. Muito. Apaixonada, talvez. Mas não o amo.
Fico nervosa quando estamos perto um do outro, certo. Mas e daí? Eu quero saber onde e com quem ele está a todo momento, mas e daí? Eu o quero só pra mim, mas e daí?
Eu não posso.
E essa é a minha dor.

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