domingo, 27 de maio de 2012

XVI

É falta de tempo, de coragem,
de vontade, de motivo.
É olhar para dentro
e não ver nem sombra de luz,
daquela luz que possuía
as minhas entranhas tão escuras.

E enquanto observo
o mundo com essa cara de paisagem,
olho para o centro
e toco meu córtex com uma
delicadeza sensível.
Um papel cheio de rasuras.

Mais uma vez, eu procuro
nas minhas memórias por uma passagem
que justifique com decência
o por quê de o tempo passar
com uma pressa incompreensível,
uma vontade de chegar ao fim.

Afundo, e devagar, sem pressa
vou chegando ao fundo do que me parece
um cálice de gosto amargo,
prendendo meu corpo àquilo de que
estou tentando fugir há tanto tempo.
Fugindo de tudo, fugindo de mim.


Um comentário:

  1. Oh God.
    Sai daqui garota. Vai publicar um livro e pare de esmagar corações via web.

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