terça-feira, 1 de maio de 2012

220

E lá vem elas.
Malditas borboletas.

Nem as vejo chegando. Parece que quando tenho certeza de que a janela está fechada e a porta totalmente chaveada, com direito a correntinha e olho-mágico, elas já passaram pela minha segurança mal-armada e pousaram direto no meu estômago. Um looping pra cada toque do celular, um piscar rápido de olhos à cada buzina. É a tensão e a emoção de uma nova chance... jogada no lixo. Por que as coisas sempre começam tão mal?

Num dia é um sorriso, e é um som tão bom de se ouvir, nada mais além de um "filho-da-puta" amigável atirado através do ar. No outro dia, posso cortar a tensão sexual com uma faca de cozinha ou até uma tesoura cega. É palpável e assustadora. Fico diminuta perto do tamanho da minha inexperiência; sou assim tão infantil?!

Então, preocupações tão maiores tomam minha atenção, e sequer desvio o olhar do meu caminho por demais estreito e por demais curto. O objetivo está ali, mas não quero alcançá-lo. No entanto, ele vem. Eu o encaro com a força que tirei de dentro do meu pobre coraçãozinho recém-degelado. Não dói. Não me machuca. Não me custa. Só me gusta. Estou pronta, e então passou, como um tiro. Estou à salvo.

Mas o caminho para casa me deixa com muito mais medo do que eu poderia imaginar. Enquanto eu pensava estar salva, aquelas borboletas, malditas borboletas, acordaram do sono leve demais e começaram a voar. Alçaram um voo raso e ameaçador ao meu redor. (Estou em perigo estou em perigo estou em perigo). (Outra vez).

Um jogo de cor sobre cor.
Estou perdida outra vez.


Não consigo descrever como quero vomitar ao pensar na minha falta de tato. Sou uma verdadeira criança. É muito pior do que eu podia ter imaginado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário