quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Desabafo

Eu não consigo respirar. Dói. Pode anotar aí: depois do choro contido, a respiração fica dolorida. Se as lágrimas não saírem, bloqueiam todo o seu corpo, e a sua respiração fica atrapalhada; seus batimentos ficam desajustados e você não consegue pensar direito.

Não diga outra vez, por favor, que a culpa é minha.

Eu já não suporto mais essa sua voz, que um dia foi tão doce, me dizendo o quão petulante eu sou. Esfregando na minha cara que tudo que eu faço fica ruim, e que é só eu entrar na conversa que tudo vai pelo caminho errado. Pára.

Pára de me bater, de me machucar sem me tocar. Pára de fazer de mim um fantoche para qualquer que seja esse seu jogo macabro, por favor. A culpa não é sua, tá bem. Mas ela também não é minha. Não toda, não é? Por favor, me poupe. Só um pouco. Me dá uma brecha para respirar. Mas eu não consigo respirar. Então me dá uma brecha para pensar... mas pensar também está difícil.
Então me dá uma brecha pra eu me acalmar. Por favor. Me deixa em paz, só um pouquinho. Me deixa quieta no meu canto, por que eu sempre tenho que estar no meio de tudo que você planeja? Não pode só uma vez me deixar fora de tudo? Eu sei que sou importante na sua vida, uma das peças principais, mas por favor, me deixa de fora. Não suporto mais essa pressão.

Eu não quero nada disso. Mas isso não quer dizer que eu não te amo.

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