domingo, 13 de novembro de 2011

Espera

Não precisa ter vergonha do que vão pensar.
Venha e diga que você queria estar aqui comigo.
Eu posso te esperar, mas não para sempre
nem por muito tempo, nem por pouco tempo.
Eu posso esperar até as rosas se fecharem,
talvez até o pôr-do-sol aquarelar a cidade.
Posso esperar até os passos cessarem
e a passarela ficar quieta.
Posso te esperar, mas é com medo, com receio,
com preguiça. Uma grande preguiça.
Se você não vier, bom, saberei que foi em vão
que me sentei no chão duro e frio e esperei.
Esperei indefinidamente
eternamente
erroneamente
inteiramente.
Mas quero que você venha.
Acredito que você vai vir, afinal, não foi em vão.
Nada é em vão quando se trata do que você diz
com o coração para aquele que você ama.
Ama? Vá lá, gosta. Atrai, seduz, cultiva.
E enquanto penso, eu te espero. Espero, espero.
Espero até a Lua me tingir de branco,
até não ser necessário poste, porque as estrelas
iluminam cada ruela dessa cidade aquarelada.
Vindo de você, não vou me surpreender com nada.
Com a sua chegada, vou me alegrar, e com a sua ausência
vou alimentar uma esperança sem base, fundação,
uma esperança que vem da minha essência.
Mas se lembre do mais importante de tudo,
lembre-se de que eu esperei porque me importo.
Lembre do que você me disse, dos olhares, dos abraços.
Não precisa ter vergonha do que vão pensar.
Venha e diga que você queria estar aqui comigo.
Eu vou te esperar.

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