terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Na borda do azul

Estamos deitadas na beira. Na beira da juventude, na beira da vida quase boêmia, na beira de uma piscina morna bem aqui, no fim do mundo. A água é doce, porque tem gosto de nós; gosto de jovem, gosto de quase, gosto de limite, gosto de menina. E apesar dos pesares, do fim talvez tão próximo, apesar de tudo e até, talvez, apesar de todos, é  o amargo dessa inércia que deixa o doce, doce. É esse fim iminente e tão certo que faz com que eu me sinta assim. Beirando. Com os pés na água morna, com os dedos brincando em todo esse azul, nesse futuro, nesse "não saber" que é  assim tão bonito. Não saber nem pra onde vai, nem de onde vem. No desconhecido que engana, na preguiça de saber. Então estamos aqui, deitadas, beirando tudo. Beirando a vida, porque ainda não queremos mergulhar nela. Beirando a certeza da temperatura, beirando o que queremos e beirando o não saber. Estamos na borda de tudo, porque o mergulho é, certamente, sem volta.

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