quarta-feira, 7 de agosto de 2019

Unlucky

Sinto como se durante
toda a minha vida
eu tenha
deliberadamente
tomado todas as decisões
erradas

e agora
precise lidar
com todas as consequências
que nunca medi.

Não escolhi
me sentir tão vazia
e distante
a ponto de ser incapaz
de me enxergar
pertencente
ao que quer que seja.

Definitivamente
não escolhi
carregar sob os ombros
o peso de um planeta
imaginário,
habitado por paranoias
e uma fauna completa
de inúmeras
inverdades
criadas especialmente
para (e por) mim.

Não escolhi
sempre me apaixonar
por meninos:
ou imaturos,
ou distantes,
ou bêbados,
ou apaixonados eles mesmos
por outra pessoa.

Não escolhi
(por que quem em sã
consciência escolheria)
viver de forma avessa
à essa aparentemente popular
inércia emocional,
sentindo tudo com
força demais;
há choro, riso, ódio,
êxtase, dor, abandono.
Exposta às influências do mundo,
e à sua mercê.

Não escolhi,
mas me sinto.
Mas carrego.
Mas me apaixono.
Mas vivo.

Que falta de sorte
a minha.

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