quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Um coelho

Quando comecei a caminhar, me peguei com o telefone na mão, pronta para começar a digitar uma mensagem perguntando onde você estava. Percebi também que havia um sorriso no meu rosto, porque ele se desfez. Não consegui pensar em mais ninguém para mandar uma mensagem, sabia? Piscava apenas o seu nome, grande e brilhante dentro da minha cabeça. Ergui os olhos para o céu, na esperança de segurar as lágrimas que, até agora, eu não tinha derramado. E quando olhei para cima, encontrei uma maravilhosa lua, redonda, branca e brilhante, pronta para atrair a minha atenção e me distrair de todo resto. Eu estava pronta para me entregar às divagações que logo viriam, quando me dei conta de algo que tirou meu sorriso desesperado do rosto. Era definitivo, então? Eu estava apaixonada? Por... por... você?! Não era possível. Eu não conseguia acreditar! Mas ali, na lua, nos meus pensamentos, nos meus dedos prontos para escrever a mensagem, na imagem do seu sorriso na minha mente, em tudo estava estampado: eu estava apaixonada. E por você.
Não podia pensar em pessoa pior.

De modo algum porque você é um cara ruim; não mesmo. Você é perfeito pra mim. Mas... está tão longe. E não é recíproco. Você definitivamente não se mostra interessado por mim, e eu aceitei isso. Foi aceitando isso que concluí que não estava apaixonada; me recusava a estar apaixonada por alguém que não dava a mínima pra mim. Mas eu estava. Muito. Uma pequena adolescente boba e inexperiente, pronta para se jogar de ponta no primeiro romance que aparece. Pelo amor de Deus, eu já havia tido o bastante de paixonites por um longo tempo. Não conseguia acreditar em tudo que estava acontecendo. Não conseguia acreditar que, meu Deus, era por você que o meu coração se agitava. Não, não, não, não e não. Tinha que haver outra explicação!
Mas não havia. E, infelizmente, eu só me dei conta disso agora. Tarde demais.
Tarde demais.


(Eu vi um coelho na lua.)

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