domingo, 5 de fevereiro de 2012

A história no verso dela

Ela, que sempre fora assim, desse jeito largado,
com as roupas frouxas demais no corpo delgado,
o tempo todo sentindo na boca um gosto amargo
e sempre tentando não fazer nada errado.
Ela, que nunca sabia se devia rir ou não,
que ainda tinha brigas de sangue com o irmão,
que tinha problemas na perna, do tornozelo à coxa
e vivia quebrada, machucada e roxa.

Essa garota estava com o coração quebrado. Fora quebrado por um rapaz que não lhe deu o devido valor, como a maioria dos contos de fadas que temos hoje. Numa garrafa de cerveja ou num chiclete sempre havia a chance de um beijo roubado, ela pensava. Ele pensava. Eles sentiam. Eram atraídos, até que ele a deixou por aí, o gosto salgado ainda mais forte na boca depois da abstinência do beijo dele.
Não houve razão, motivo, não houve pedido de desculpas nem de permissão. Apenas houve. Sem antes, sem depois. Só lá, naquele momento, existia tempo. Todo tempo do mundo.

Ela tinha coragem, ela tinha peito pra ir,
ela não tinha nenhum medo, nenhum medo de seguir.
Ela sempre foi uma menina que pensava como mulher
e nunca deixou de fazer tudo como quer.
Mas quando o coração bate forte demais por alguém
você perde a noção, passa a ser ninguém...
Quem tinha muita coragem e deteminação
passa a perder a força e ficar totalmente sem razão.


(Na verdade, não consigo colocar um final aqui. São pensamentos pela metade; cada linha.)

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