segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Nos teus olhos

Tanto procurei pelas marcas,
pelos detalhes tão pequenos
que passam pelos teus olhos desatentos.
Os teus olhos que já não têm atenção,
olhos perdidamente escuros,
nos quais mergulho.
E me afogo.
Na agonia da perdição, me jogo.
No fogo do atrevimento, aposto.
Se virá a vitória, nem sei,
tão pouco me importo.
Apenas no brilho agora opaco
nos quais quis manter o foco,
mas por travessura, me equivoco,
e deixo para trás.
Já não vejo mais.
Mesmo na escuridão à qual você me submete
eu ainda procuro pela luz.
Um brilho que na verdade apenas reluz
tudo aquilo que brilha
na sua alma.
E eu procuro por tanto tempo,
com tanta calma,
porque quero encontrar aquilo
que você perdeu de si mesmo.
Aquilo que tanto quero de volta,
aquilo que perdeu-se no tempo.
Em tantos dias, tantos anos
passados à velocidades insanas
que agora reclamo e quero de volta.
Não me abandone agora.
Este brilho que procuro nos olhos escuros
que um dia afogaram minhas mágoas,
na verdade quero dar-te de volta
para que ainda possa me afogar
nestas escuras e perdidas águas.
Águas dos teus olhos.

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