Tanto procurei pelas marcas,
pelos detalhes tão pequenos
que passam pelos teus olhos desatentos.
Os teus olhos que já não têm atenção,
olhos perdidamente escuros,
nos quais mergulho.
E me afogo.
Na agonia da perdição, me jogo.
No fogo do atrevimento, aposto.
Se virá a vitória, nem sei,
tão pouco me importo.
Apenas no brilho agora opaco
nos quais quis manter o foco,
mas por travessura, me equivoco,
e deixo para trás.
Já não vejo mais.
Mesmo na escuridão à qual você me submete
eu ainda procuro pela luz.
Um brilho que na verdade apenas reluz
tudo aquilo que brilha
na sua alma.
E eu procuro por tanto tempo,
com tanta calma,
porque quero encontrar aquilo
que você perdeu de si mesmo.
Aquilo que tanto quero de volta,
aquilo que perdeu-se no tempo.
Em tantos dias, tantos anos
passados à velocidades insanas
que agora reclamo e quero de volta.
Não me abandone agora.
Este brilho que procuro nos olhos escuros
que um dia afogaram minhas mágoas,
na verdade quero dar-te de volta
para que ainda possa me afogar
nestas escuras e perdidas águas.
Águas dos teus olhos.
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