E eu estava lá, numa pequena multidão, e adivinha quem estava faltando? Pois é. Senti falta do toque da sua mão na minha, dos seus beijos repentinos, da sua necessidade de não me dividir. Senti falta do seu cheiro, de brigar com você por bobagem, de nem olhar pros lados pra não te deixar enciumado. Senti falta da sua voz, e do jeito como você nunca fala o meu nome; já reparou? Senti falta de como você pedia pra ir embora, mas ficava por... por mim. Senti falta até de saber que tinha você me segurando, mesmo longe. Senti falta da sensação de dever satisfações, de ter alguém me esperando lá longe, de não poder beijar mais ninguém. Mas sabe qual foi a melhor parte? Eu não quis beijar mais ninguém. Eu não queria, eu não quero. E se eu tento, não consigo. Parece errado, os beijos não estão certos, as mãos estão nos lugares errados; eu te ensinei tanto sobre mim que agora não quero ensinar mais ninguém. Eles não sabem fazer como você faz. E isso me deprime.
E enquanto eu tinha você, tinha também uma sensação de segurança que eu nunca tinha experimentado, sabe? Aquele gostinho de ser de alguém... é bom. Eu gostei bastante, e sabe do que mais eu gostei? De ter você pra mim. Gostei de não dividir e de não ser dividida. É assim que funciona? Fico imaginando se pra você era tão ruim assim. Foi por isso que você se afastou? Eu fiquei triste, fiquei sim, mas não quero que você saiba. Quero que você pense que está tudo bem; ou talvez eu não queira, não. Talvez eu queira que você saiba que eu tô um caco, triste, quase deprimida. Morta de saudade, e de arrependimento. Se eu pudesse voltar uns dias no tempo e só te dizer que estava com saudade, ao invés de começar toda essa merda de terminar algo que acabou de começar...
E só pra você saber, ainda mordo os lábios. Vivem cortados, cobertos de batom pra disfarçar, mas lembra que você sempre via? E me xingava. E depois me beijava. E eu reclamava, e você me xingava outra vez. É um vício que me machuca. Como você.