domingo, 26 de fevereiro de 2012

Agora está apenas no passado

Há tempos que as coisas mudaram, mas quando você fecha os olhos para aquilo que não está como você quer, ninguém pode te fazer enxergar nada. Você tem que querer ver.
É, as coisas não estavam bem. Apenas um deles sofria, apenas um deles sentia, apenas um engolia o choro e sorria pra depois poder explodir. Não se tem certeza se era realmente apenas um, ou se ambos estavam sofrendo, e um fingia melhor que o outro. Só tenho certeza sobre uma coisa: havia mais dor que prazer; havia mais tensão que compreensão; havia mais raiva que amor.

Não é de hoje; é de dias atrás.
Como você não me ouve,
nem percebeu que o meus sorriso
ficou para trás.
Parece que não me enxerga,
nem à mim, e nem ao mal
que você me faz.

Assim como o tempo, que leva para longe o que já nos trouxe dor, a memória vai apagando aquilo que não nos agrada mais... E devagarzinho, como um sopro de vento no verão, rápido e curto, vamos demolindo a dor, vamos limpando a sujeira que o passado não conseguiu levar. E as coisas vão passando, e melhorando, e se apagando, e melhorando, e sumindo, e rezamos para que não voltem mais. E só podemos rezar para que não saiam do passado, e que lá permaneçam.

Só podemos desejar que a dor fique em seu devido lugar, e que não nos atormente mais.




quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

As coisas mudam para alguns

Eu estou deitada, agora. E como na maioria das noites, me lembro daquelas que passamos juntos. Você ainda se lembra? Dos sonhos que contávamos, dos beijos, dos abraços, dos momentos de ternura entre um fôlego e outro... Quando eu dizia que você era único, e você só duvidava. Era verdade, sabia? Você foi único. O único. Que me alcançou, que conseguiu tocar meu coração, minha alma, minha essência. Não vou me esquecer de você, mesmo sabendo que depois de muitos rostos, você se esquecerá do meu. Se esquecerá de mim. E na verdade, não é um problema; o primeiro, a primeira, é sempre importante... Mas eu fui só mais uma, que diferença fiz? Nenhuma. Não me importo, na verdade. Sei que entre tantas experiências, entre tantas garotas, entre tantos momentos, entre tantos amassos e tantas conversas, eu fui nada. Eu fui um pequeno espaço de tempo, uma pausa longa demais entre um sexo e outro. Porque eu me entreguei, mas nunca por completo. Eu sabia que você não se lembraria, ou que não seria para você nem um terço do que seria para mim. Afinal, quem faz 10 vezes faz 11, mas nem todos que fazem 1 fazem 2. O que quero dizer é que você foi muito especial pra mim. Muito mais do que eu fui pra você. E apesar de eu estar dizendo, de ser eu a única culpada, e de tudo isso ter acontecido e chegado onde chegou por atitude e passos e força minha, não me arrependo. Na verdade, penso que nem você. Ou talvez sim. Na verdade, talvez sim; só tempo desperdiçado, uma garota entre tantas. "Nem é mulher ainda" você vai pensar, ao olhar para mim e se lembrar de tudo o que aconteceu. E eu vou tentando esquecer. Tentando apagar. Tentando me acostumar com a ideia de você e sua nova namorada vindo pra cá, tentando imaginar a sua reação ao me ver de novo, tentando imaginar como as coisas vão ser daqui pra frente. Porque eu não faço ideia. Não tenho nem imaginação suficiente para isso. Você vai estar completamente diferente ou exatamente igual? Que medo. Medo de você não ver mais em mim o que viu naquela primeira noite. E então? Por isso eu quero apagá-lo já da minha cabeça; poupar a mim mesma da humilhação de tentar fazer você ver em mim o que quer que tenha visto naquela noite mais uma vez. Não quero me humilhar. Não quero esfregar meu rosto nos teus pés, implorando por atenção, carinho e amor. Não. Você vai estar com a vida pronta, andando, nova, com gente nova e caminhos novos. Eu vou tentar me manter fora do seu caminho, da sua vida. Quando você voltar, serei tão invisível que você sequer vai notar que não me viu; não que eu pense que você sentirá saudades. Isso é coisa minha, eu que sinto. Mulheres. Mulheres (ou garotinhas como eu) sentem saudades de paixonites duradouras de um verão ou dois. Nada sério. Vou esquecer, para que assim, quando você voltar, eu possa te dizer tudo isso rindo, como se fosse uma daquelas piadas compridas das quais gargalhamos ao ouvir o desfecho cômico e inesperado. "Ela acabou por superar o cara". É esse o desfecho cômico da minha piada longa.

(Não me lembrava de ter escrito isso.)

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Querido amor não-correspondido,

tenho ótimas notícias. Para você, e mais ainda, para mim! Estou começando a tentar esquecê-lo, sabia? Encontrei por essas ruas mal iluminadas um sorriso que, embora nem de longe me ilumine, acenda, inflame ou encante tanto quanto o seu, me faz sorrir também. Estou mais feliz do que infeliz, agora, e isso é muito bom. Significa que o meu coração já está deixando o seu peso de lado... que estou começando a tentar. Tentar te esquecer, ou te superar. Tentar trocar o disco, virar a página, pular o capítulo. Não é uma ótima notícia? Se você ao menos fosse louco por mim como sou louca por você... Juro que nada disso aconteceria. Eu seria forte, como tenho sido. Você nem sabe, mas tenho lutado por nós, contra a distância e a falta que você me faz; uma luta árdua, mas que mostrou seus resultados; eu fiquei firme ao seu lado. Não beijei outros lábios desde que você se foi. Não quis ninguém, nem em sonho, nem em pensamento, nem por um instante. Só você.
Sabe, Amor Não-Correspondido, nós podíamos ter sido um casal e tanto. Mas existem tantas coisas difíceis, não é? Tantas pessoas e opiniões, e palpites e fofocas, e coisas fulas e tolas e inúteis que acabaram com qualquer possibilidade; ou talvez tenhamos sido apenas nós mesmos, presos à medos antigos e vergonhas imbecis, coisas que nos impediram de sermos felizes juntos. Pense nisso, por um momento, só um instante; olhe para aquela possibilidade intocada, os momentos que teríamos passado juntos. Imagine como as coisas teriam sido diferentes. Imagine como seriam diferentes agora.
Mas tudo bem, não é? Estamos bem, agora. Estou te esquecendo, ou começando, ou tentando começar. Um dia, você será apenas uma boa lembrança, uma lembrança marcante, uma cicatriz linda que ficou tatuada no meu passado. Um dia, me lembrarei de você com carinho e talvez alguma raiva, por não ter feito tudo dar certo.
Mas haverá carinho, acima do ódio.

Com amor,
seu nunca descoberto amor.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Existe uma história

Eu só sei contar a nossa história.

Conto a todo momento, para quem quiser ouvir. Sobre o quanto nos odiávamos, e o modo como você sempre me deixava sem saber o que fazer. Eu nunca sabia o seu humor, e você dizia que não sabia o meu. Eram duas tempestades indo ao encontro uma da outra... E como tempestades, ambos possuíam momento de calmaria. Uma calmaria extrema e delicada, doce como açúcar, leve como algodão; podia durar cinco minutos ou duas semanas. Não sabíamos lidar um com o outro. Eu era extremamente arrogante e prepotente; você era sedutor e mandão. Eram duas forças incompletas, falhas. Precisávamos um do outro, embora jamais fossemos admitir. E agora, agora que você está longe, agora que sou apenas uma tempestade solitária e caótica, percebo a falta que o seu desespero e a sua própria arrogância me fazem. Vejo que tudo me faz pensar em você, no que você me dizia, nas nossas brincadeiras, nas conversas sérias, nos conselhos, nas confissões. Fica difícil, cada dia mais difícil, conviver com a sua ausência...


E ver que o tempo todo, eu me lembro de você.

(Desabafo).

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Um coelho

Quando comecei a caminhar, me peguei com o telefone na mão, pronta para começar a digitar uma mensagem perguntando onde você estava. Percebi também que havia um sorriso no meu rosto, porque ele se desfez. Não consegui pensar em mais ninguém para mandar uma mensagem, sabia? Piscava apenas o seu nome, grande e brilhante dentro da minha cabeça. Ergui os olhos para o céu, na esperança de segurar as lágrimas que, até agora, eu não tinha derramado. E quando olhei para cima, encontrei uma maravilhosa lua, redonda, branca e brilhante, pronta para atrair a minha atenção e me distrair de todo resto. Eu estava pronta para me entregar às divagações que logo viriam, quando me dei conta de algo que tirou meu sorriso desesperado do rosto. Era definitivo, então? Eu estava apaixonada? Por... por... você?! Não era possível. Eu não conseguia acreditar! Mas ali, na lua, nos meus pensamentos, nos meus dedos prontos para escrever a mensagem, na imagem do seu sorriso na minha mente, em tudo estava estampado: eu estava apaixonada. E por você.
Não podia pensar em pessoa pior.

De modo algum porque você é um cara ruim; não mesmo. Você é perfeito pra mim. Mas... está tão longe. E não é recíproco. Você definitivamente não se mostra interessado por mim, e eu aceitei isso. Foi aceitando isso que concluí que não estava apaixonada; me recusava a estar apaixonada por alguém que não dava a mínima pra mim. Mas eu estava. Muito. Uma pequena adolescente boba e inexperiente, pronta para se jogar de ponta no primeiro romance que aparece. Pelo amor de Deus, eu já havia tido o bastante de paixonites por um longo tempo. Não conseguia acreditar em tudo que estava acontecendo. Não conseguia acreditar que, meu Deus, era por você que o meu coração se agitava. Não, não, não, não e não. Tinha que haver outra explicação!
Mas não havia. E, infelizmente, eu só me dei conta disso agora. Tarde demais.
Tarde demais.


(Eu vi um coelho na lua.)

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Lava, chuva

Chove, chove. Chove, chuva.
Lava de mim a saudade
e tudo que me machuca.

Chove, chove. Chuva, chove.
Leva com você lágrimas
que no meu rosto, escorrem.




domingo, 5 de fevereiro de 2012

A história no verso dela

Ela, que sempre fora assim, desse jeito largado,
com as roupas frouxas demais no corpo delgado,
o tempo todo sentindo na boca um gosto amargo
e sempre tentando não fazer nada errado.
Ela, que nunca sabia se devia rir ou não,
que ainda tinha brigas de sangue com o irmão,
que tinha problemas na perna, do tornozelo à coxa
e vivia quebrada, machucada e roxa.

Essa garota estava com o coração quebrado. Fora quebrado por um rapaz que não lhe deu o devido valor, como a maioria dos contos de fadas que temos hoje. Numa garrafa de cerveja ou num chiclete sempre havia a chance de um beijo roubado, ela pensava. Ele pensava. Eles sentiam. Eram atraídos, até que ele a deixou por aí, o gosto salgado ainda mais forte na boca depois da abstinência do beijo dele.
Não houve razão, motivo, não houve pedido de desculpas nem de permissão. Apenas houve. Sem antes, sem depois. Só lá, naquele momento, existia tempo. Todo tempo do mundo.

Ela tinha coragem, ela tinha peito pra ir,
ela não tinha nenhum medo, nenhum medo de seguir.
Ela sempre foi uma menina que pensava como mulher
e nunca deixou de fazer tudo como quer.
Mas quando o coração bate forte demais por alguém
você perde a noção, passa a ser ninguém...
Quem tinha muita coragem e deteminação
passa a perder a força e ficar totalmente sem razão.


(Na verdade, não consigo colocar um final aqui. São pensamentos pela metade; cada linha.)

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Ela disse para o escuro

- Então vamos falar sério.
- (Risos) Não consigo falar sério com você.
- Para de graça, senta direito.
- Eu não consigo. Olha a sua cara.
- Você é muito palhaça, mesmo.
- Não consigo não rir de você.
- Vai, para quieta. Vamos falar sério.
- Tudo bem. Sobre o quê?
- Sobre tudo.
- Não tem 'tudo' nenhum aqui.
- Isso aqui é tudo.
- Tudo o quê?
- Tudo que importa.
- Você é um idiota.
- Para, eu sei que você vai sentir a minha falta.
- Eu?! Eu não.
- Vai sim. Vai chorar e me implorar pra voltar.
- Eu não vou chorar.
- Você vai sim. Ei, ei, não adianta vir me beijar.
- Ah, por favor.
- Estou tentando conversar com você.
- Vamos conversar muito quando você tiver ido embora. Aliás, só vai ter conversa.
- Eu não vou te ver mais por muito tempo, queria conversar com você assim, ao vivo, agora.
- Eu não.
- Pelo amor de Deus, garota.
- Vai, chega disso. Você não vai morrer, só vai embora.
- E se eu voltar pra cá com uma namorada?
- Experimente.
- O quê?
- Arranjar uma namorada.
Risadas.
- Agora sim, me dá um beijo.
- Você não queria conversar? Vamos conversar.
- Não, você tem razão.
- Eu sempre tenho.

Quando a deixa na porta de casa, há um último beijo.
Não é diferente de todos os outros, mas não é
feito apenas de desejo.
Tem alguma coisa muito forte que não deixa que ela vá
porque sabe que talvez
seja a última vez.
Talvez ele não vá voltar.

- Sabe, talvez eu sinta sua falta.
- Eu sei que vai sentir.
Com um sorriso, ele se vai.

Parada na frente de casa, seu sorriso murcha e ela repete para o escuro: "Vou sentir sua falta".

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Eu só te queria de volta pra curar

Senti saudade.
Ao passear por essas ruas
que eu tão bem conheço,
nessa mesma cidade.
O que eu estou sentindo
nesse exato instante
também chama necessidade.
Do barulho da tua voz,
o som da respiração,
irresponsabilidade.
Tua culpa tudo isso que,
agora, não me deixa em paz.
Você me machucou fundo
e curou tudo que estava podre;
não sei se lhe agradeço
ou lhe peço que me deixe.
Afastar-me de ti, não, nunca,
não pediria jamais.
Mas agora parece, não sei,
talvez, apenas... é tarde demais?
Tão longe, os quilômetros extensos,
e eu aqui, querendo.
Eu aqui, chorando por dentro.
Quem me conhece sabe,
quem não conhece, se engana.
Faço cara de séria, não entrego de cara
que estou morrendo por dentro.
Sinto vergonha.
Mas mesmo com tudo isso,
sem poder gritar ao mundo
como me sinto...
Eu só queria que você voltasse,
estivesse aqui para me curar
quando eu precisasse.
Mas não pode voltar. Ainda não.
Não é hora, ainda tem tempo
até eu te ter de volta.



Ela sente sua falta

Ingênua, eu. Pensei que as coisas mudariam, que só a sua ausência seria suficiente para afogar em desilusão essa coceira que eu carrego no peito.

Alguns diriam que é paixão.
Eu aposto em carência.

Quando parei para pensar no assunto por um instante, percebi que o meu já pequeno mundo, meu mínimo leque de escolhas, estava fechado, focado em você, apenas você. Nunca houve outra opção, nunca ouve outro alguém enquanto você tomava conta de mim. Eu dizia que você era suficiente, e só agora percebo o quanto estava errada; na conta, eu não coloquei a sua ausência prolongada.

Insisto em dizer que sem você
as coisas estão muito difíceis.

Embora tenham ocorrido noites em que você nem passou pela minha cabeça, noites em que não eram os seus braços à minha volta, era pra você que eu corria quando tudo ficava difícil. Bastava um beijo e meia dúzia de palavras, e tudo parecia mais fácil. Bastava o seu sorriso e o seu toque, muitas vezes bastava a sua voz. Você. Você bastava, era mais que suficiente.

E agora que você está longe
só posso sentir saudade.

E espero o dia em que você vai voltar, sorrir, me abraçar, e então murmurar no meu ouvido que sentiu minha falta. Mas só posso esperar, sonhar, imaginar, desejar. E eu prometo que vou esperar.





quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Teu soneto

Eu estou aqui,
e aqui, eu me rendo.
Ao teu olhar penetrante,
ao teu toque ardente,
ao teu sorriso de menino
e teus trejeitos de homem.

Mas quando aqui não estiver
quero que você saiba
que a tua memória
não me escapa.

Vou me lembrar sempre
de como você me conhece
e de como apenas você
tem esse toque que
me enlouquece.